segunda-feira, 23 de março de 2015

Jonas vai Morrer - Opinião

Opinião: Livrinho a passatempo aqui no blog e sim, cometi a insanidade de o ler antes de o sortear. Opahhh desculpem, mas é que a capa é tão linda, a edição está tão bonita, cuidada e o livro é tão pequenino, que teve de ser. Pareceu-me a leitura perfeita para uma tarde e foi (com alguns percalços pelo meio, mas já lá vamos).
Não sei bem como escrever esta opinião. Como explicar que um livro é fantástico, mesmo que não o tenhamos adorado?
Pois foi o que aconteceu com o livro Jonas vai Morrer.  Escrito por Edson Athayde este livro é de facto um quase policial, pleno de mistério que nos prende desde a primeira página. Acompanhamos Pedro, um "funcionário" de um asilo, na sua procura por respostas junto de um paciente muito misterioso. O paciente nº 32. Nada neste livro é aquilo que parece e damos por nós a arranjar montes de justificações para a história que nos vai sendo apresentada. Apenas para no fim constatar que estava tudo errado. 

E agora as justificações. Por vezes sinto que nos prendemos demasiado às classificações do Goodreads e que as mesmas acabam por rotular um livro de bom ou mau. Neste caso, o que acontece é que, o livro é de facto muito bom, simplesmente não é para mim. A escrita do autor é super cativante e rica em detalhes e foi esta mesma escrita tão bonita, que me desagradou. Perdi muitas vezes a concentração. Há frases muito longas cheias de imenso palavreado o que não me ajudou nada. Claro que tentar ler esta história com um marido sentado ao lado a gritar : Goloooo , não ajuda, mas também não ajudaram as personagens. Estão incrivelmente bem construídas e bem apresentadas, mas são ambas tão cansativas de ler que não me agradaram nada. O Pedro então... curioso que seja um "funcionário" do asilo, porque ele próprio, apresenta claramente uma data de sintomas de uma patologia qualquer. O paciente 32 é muito mais interessante de ler, mas lá está: a história contada por ele é tão rica em palavreado que me desmotivou. É precisamente neste ponto que sinto que este argumento é injusto, por assim dizer. O paciente 32, é um escritor e portanto temos um escritor que cria uma história sobre um escritor que escreve sobre escritores. Deu para entender?
O final do livro está fantástico mesmo! É muito bom! Dei por mim a dar uns quantos gritinhos de espanto quando cheguei aquela parte chave na história, em que percebemos o que está por vir. E depois acaba... chega ao fim... ficamos suspensos e atarantados com o que lemos e quase que a querer mais!
Obviamente que recomendo a leitura deste livro por qualquer fã de policiais e thrillers, mas também o recomendo a qualquer pessoa que aprecie um livro bem escrito, que faz bom uso da nossa língua que é tão rica e diversa, que nem nós temos essa noção. A edição está linda, e incrivelmente cuidada! Não foi livro para mim... pelo menos não agora, mas quem sabe se no futuro não o conseguirei apreciar mais?
Não se esqueçam de participar no passatempo para ganharem este livro, têm todas as informações aqui ao lado na barra. 

Sinopse: Um quase-policial de Edson Athayde


“Todas as novelas têm um novelo. Todos os crimes têm o seu repertório de culpas. Autores de folhetins, em específico, e criminosos, em geral, trapaceiam ao revelar sempre o que interessa, um truque para esconder o que importa. A dissimulação é o vento que sopra na vela desta galera, o combustível dessa nave. Entre se quiser, acomode-se num canto. A viagem não vai ser tranquila”.
“Neste surpreendente romance quase tudo o que parece não é”.


(Prefácio de Luís Osório)


Romance escrito no âmbito de Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura.A história de “Jonas Vai Morrer” passa-se em Guimarães (ou Vimaranes, como era conhecida há mais de mil anos). Trata-se da mais histórica das cidades portuguesas, o chamado “berço do país”. Património Cultural da Humanidade, Guimarães foi, em 2012, Capital Europeia da Cultura. “Jonas Vai Morrer” foi escrito no âmbito de uma Residência Artística Literária desse evento. Além da trama cheia de mistérios e algum lirismo, esta obra revive nas suas páginas as ruas, praças, igrejas, bares, os tempos e os modos vimaranenses. Ambientado nos anos 80, “Jonas Vai Morrer” é um quase-policial, na definição do seu autor. Um livro que fala de crimes sem sangue à vista. Propõe um jogo onde a charada é descobrir quem é o algoz, quem é a vítima. Nesse labirinto, temos Pedro, um homem sem passado, o talvez louco 32, um caderno de memórias apócrifo e um enredo que nunca é o que parece ser. (less)

2 comentários:

  1. Eu percebo o que querer dizer em relação às personagens. Não é por acaso que comecei por pensar que o Pedro era mais um paciente daquela instituição. Como se toda a intriga pudesse ser fruto de alguma demência qualquer... Aquela solidão, a rotina e a forma como ele se obriga a ler apenas uma página do caderno por dia... epa, não é normal!!

    Mas pronto, ainda que à tua maneira, fico contente por teres gostado. Também ainda estás verdinha nisto dos policiais. Vai ler O Hipnotista e depois falamos!

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    1. Ontem tive mesmo para comprar o Hipnotista, mas depois lembrei-me que tenho muita coisa por ler, e não o trouxe -_- bahh

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