sábado, 22 de abril de 2017

Amãezónia - Opinião


Opinião: Sobre o livro Amãezónia, se calhar é importante começar por dizer que a minha opinião prende-se sobretudo com o facto de eu não me identificar de todo com a forma de estar, educar e viver a maternidade, que aqui é apresentada, daí a classificação que lhe dei e daí as poucas palavras que vou usar para falar sobre o mesmo. 
Este livro reúne uma compilação de alguns textos que se encontram presentes num blog com o mesmo nome. Escrito por duas mães, nele podemos acompanhar as suas vidas, peripécias e formas de lidar com os filhos. Tratando-se de um blog pessoal, fica complicado fazer uma opinião sobre o que li. Afinal de contas seria o mesmo que alguém escrever sobre o Mil Folhas. Não gostei. Não gostei e classifiquei-o como tal. Se não gostava do blog antes, naturalmente não gostei do livro.
Ser mãe é muito pessoal. Cada pessoa vive a maternidade à sua maneira, só que há pessoas com as quais nos identificamos mais do que outras, e foi este o caso. Não digo que tudo no livro tenha sido péssimo. As ilustrações estão muito boas e as adaptações feitas às histórias infantis mais conhecidas, estão geniais. Mas para mim ficou por aqui. Sabem quando tomamos uma pessoa de ponta, ou neste caso, um texto, e não conseguimos de forma alguma ultrapassar a má impressão que inicialmente nos causou? Tenho esse pequeno grande problema com o Amãezónia. Aqui há tempos deparei-me com um texto neste blog acerca da amamentação. Que texto de merda! Que post mais destrutivo, mais carregado de negatividade. Nunca li tanta diarreia junta como naquele único post. E lá está, ainda que ele reflicta apenas a opinião de algumas mães, achei-o enganador, bruto, e cheio de uma arrogância e prepotência que considero que uma mãe não deve ter. Toda aquele palavreado sobre o ser "animal" mexeu comigo. E quando estava a ler o livro, e me deparei com o mesmo texto, tudo em mim caiu. Comecei a ler o livro na diagonal e ficou por aqui. 

É bastante pessoal, compreendem. Não é que seja mau, simplesmente não é para mim. Sou muito mais fã das mães do blog, A mãe é que sabe, do que das mães da selva. Eu sou da paz, do apego, do mimo, da mama, do colo, do aconchego, da cama partilhada... às vezes isto parece uma selva, mas é uma selva muito colorida. 

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Sinopse: A vida não começa na maternidade. Nem acaba. E ser mãe é difícil como o raio. Somos mães que trabalham e que, às vezes, dormem pouco, malabaristas do tempo e do cansaço que às vezes – por Deus! – só querem beber uma cerveja. Somos mais felizes desde que fomos mães mas lembramo-nos perfeitamente que também éramos felizes antes. E também nos lembramos de uma altura em que não tínhamos de tomar vitaminas porque não andávamos tão ridiculamente cansadas.


Um retrato real da maternidade, sem lacinhos nem florzinhas, mas num registo muito cómico e descomplexado. O presente perfeito para o Dia da Mãe.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

A Rapariga de Antes - Opinião

Opinião: Não sei exactamente por onde começar esta opinião; talvez comece por dizer que esperava um bocadinho mais do livro. O trabalho de marketing em torno do mesmo, a divulgação e, o facto de saber que foi um livro mega disputado levaram a que as minha expectativas fossem elevadas. Ainda que não tenham sido completamente defraudadas, não era isto que esperava. Começo já por dizer o típico, gostei, mas. 
Thrillers psicológicos são o tipo de livros que mais gosto de ler. Adoro a forma como, regra geral, nos prendem, nos manipulam as ideias e no final nos surpreendem. Têm por norma a capacidade de nos fazer soltar exclamações ao longo da leitura e de nos arrancarem o tapete debaixo dos pés várias vezes. Em A Rapariga de Antes, isto aconteceu, mas apenas 1 vez, o que para mim diz muito sobre o livro.
Escrito a duas vozes, acompanhamos o percurso de Emma, a rapariga de antes, ao mesmo tempo que vivemos o presente de Jane, que vai tentando descobrir o que aconteceu com a anterior inquilina do nº 1 de Folgate Street. Geralmente gosto bastante de livros que mostram duas perspectivas diferentes da mesma história. Aqui, no entanto, as histórias das personagens fundem-se, e são de tal forma semelhantes, que acabei por me sentir algumas vezes confusa sobre quem estava a ler. Não gostei da Emma nem um bocadinho e fiquei feliz por no decurso da história, se ir verificando que a Jane era diferente. Mais forte, mais autónoma, o que contribuiu para o final que teve. E que final. Até à ultima página pensei que ela fosse tomar decisões erradas, mas surpreendeu-me. Fiquei fã dela e dos tomates que mostrou ter ao fazer frente a um tirano. Também achei inteligente a forma como a autora faz referência à rapariga de antes, bem no final, quando se refere à Isabel. Para um recém mamã como eu, foi enternecedor. 
Edward, outra personagem principal é absolutamente odioso e na minha opinião, nada cativante. Acho que talvez um dos aspectos que me fez não adorar este livro, tenha sido a personagem dele. Detesto personagens do estilo macho alfa, que acham que podem e mandam sempre que lhes apetece. Isto, aliado ao facto de o livro ter uma forte componente sexual, deixou-me meio mhe. Não me interpretem mal. É porreiro ler uma boa cena de sexo. Mas quando o protagonista é um homem obsessivo a roçar o doente mental, detesto. 
Acho que o que eu quero mesmo ler, é um thriller em que a vitima seja um homem! Cansada de clichés a rodear as mulheres. Não somos todas vitimas, não somos todas fracas e nem todas ficam com as pernocas a tremer perante um homem giro. Ainda assim, acho que aquilo que mais gostei foi do ambiente em torno da casa, que acaba por ser em si só, como que uma personagem individual. Teria sido interessante se no final o verdadeiro culpado de tudo e tal, fosse a casa. A tecnologia a virar-se contra nós seria muito mais credível e interessante de se ler, do que o típico homem controlador. Merecia mais acção, mais violência e sem dúvida, melhores diálogos. 

Sinopse: «Por favor, faça uma lista de todos os bens que considera essenciais na sua vida.»
O pedido parece estranho, até intrusivo. É a primeira pergunta de um questionário de candidatura a uma casa perfeita, a casa dos sonhos de qualquer um, acessível a muito poucos. Para as duas mulheres que respondem ao questionário, as consequências são devastadoras.
EMMA: A tentar recuperar do final traumático de um relacionamento, Emma procura um novo lugar para viver. Mas nenhum dos apartamentos que vê é acessível ou suficientemente seguro. Até que conhece a casa que fica no n.º 1 de Folgate Street. É uma obra-prima da arquitectura: desenho minimalista, pedra clara, muita luz e tectos altos. Mas existem regras. O arquitecto que projectou a casa mantém o controlo total sobre os inquilinos: não são permitidos livros, almofadas, fotografias ou objectos pessoais de qualquer tipo. O espaço está destinado a transformar o seu ocupante, e é precisamente o que faz…
JANE:Depois de uma tragédia pessoal, Jane precisa de um novo começo. Quando encontra o n.º 1 de Folgate Street, é instantaneamente atraída para o espaço —e para o seu sedutor, mas distante e enigmático, criador. É uma casa espectacular. Elegante, minimalista. Tudo nela é bom gosto e serenidade. Exactamente o lugar que Jane procurava para começar do zero e ser feliz.
Depois de se mudar, Jane sabe da morte inesperada do inquilino anterior, uma mulher semelhante a Jane em idade e aparência. Enquanto tenta descobrir o que realmente aconteceu, Jane repete involuntariamente os mesmos padrões, faz as mesmas escolhas e experimenta o mesmo terror que A Rapariga de Antes.

terça-feira, 11 de abril de 2017

O Universo nos teus olhos - Opinião

Opinião: O Universo nos teus olhos, é o segundo romance da escritora Jeniffer Niven, autora de um dos meus livros preferidos. Fala-me de um dia perfeito, ainda está bem fresco na minha memória e acho que nunca vou esquecer aquelas personagens. Não é por isso de estranhar que tenha partido para a leitura deste livro com expectativas muito altas, e depois, tenha acabado por cair um bocadinho lá do alto. 
Este romance young adult, conta as histórias distintas de dois adolescentes. Libby e Jack. Ela, que já deteve o titulo de a rapariga mais gorda da América, e ele, um jovem que sofre de prosopagnosia (incapacidade para reconhecer rostos). Frequentam o mesmo liceu no mesmo ano de escolaridade e devido a uma brincadeira infeliz, acabam por ter de se relacionar um com o outro. 
Como em todos os romances Y.A. a relação dos dois evolui para um namoro, cheio de dramas e choradeira. Tudo normal e ok até aqui. Só que não me convenceu. Passei o livro todo à espera daquele click com as personagens. Não me consegui identificar com os sentimentos de nenhum personagem. Nem da Libby, nem do Jack, nem dos amigos ou familiares de ambos, o que de certa forma acabou por tornar a história pouco credível para mim. 
Neste livro a autora aborda temas sérios, com alguma relevância na nossa sociedade, especialmente a obesidade e todo o preconceito que a rodeia. Acaba por ser semelhante ao livro anterior o facto de abordar temáticas sérias. Só que, na minha opinião, sem grande sucesso, pois não senti que tudo aquilo fosse real. Será preconceito meu? Convivo diariamente com uma pessoa que é completamente gordofóbica. Talvez esteja a ser contaminada, de tal forma que não tenha conseguido sentir empatia para com a Libby....
Li este romance e pensei, ok... onde estão os pais destes jovens? Onde estão os psicólogos? Estavam lá, sim, mas nunca tiveram um papel activo no desenvolvimento e conclusão da história. O final foi previsível e acabei por ficar à espera de mais. Mais desenvolvimento, mais esclarecimentos. A forma como o Jack revela ao mundo a sua doença, merecia mais atenção. O que aconteceu depois disso? Como lidaram eles com o preconceito da sua relação? Como lidou ele com o facto de saberem que ele sofria de uma doença? Faltou isto, pelo menos para mim. 
Posto isto, é um bom livro para se conhecer a autora. Mas se tiveram a oportunidade de ler Fala-me de um dia perfeito, podem desiludir-se, por isso, baixem as expectativas. Pode ser que acabem por gostar muito mais do que eu.


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Sinopse: Libby, outrora a rapariga mais gorda da América, conseguiu finalmente ultrapassar o desgosto causado pela morte da mãe e está pronta para voltar a viver. 
Jack é o típico rapaz popular do liceu, no entanto tem prosopagnosia e não consegue reconhecer caras. 
Quando o destino os une a solidão que cada um sente dá lugar a sentimentos muito diferentes… Uma história de superação e de um amor verdadeiro e invulgar que nos devolve a esperança no mundo, em nós e no outro.

sábado, 1 de abril de 2017

Amãezónia cá em casa



A minha vida é uma selva. Juro que sim e se havia dias em que eu pensava que estava na selva, esta semana veio comprovar que efectivamente vivo em estado selvagem a toda a hora. Chegou cá a casa uma das mais recentes novidades da Arena, Amãezónia. Super adequado, especialmente se tivermos em conta que esta semana o Lucas ficou doente pela primeira vez. Com direito a chamada do infantário, ida ao médico, atestado e baixa. Tudo junto. Não é grave mas ohhh boy. Para vermos como as coisas são e como a lei de murphy é tramada. Durante a minha licença de maternidade, chorei N vezes porque estava prestes a regressar ao trabalho e a ter de ficar afastada do meu bebe. Voltei ao trabalho e sim custou muito. Ando constantemente num estado de ansiedade parva e a desejar poder ficar com o Lucas. Passado apenas uma semana de ter voltado, capuft. Bebe doente e heis o desejo realizado. Não era bem isto que tinha em mente. Especialmente porque cuidar de um bebe doente não é nem de longe nem de perto tão divertido quanto isso. Estou exausta e, sei que isto pode soar de forma errada, nunca ansiei tanto por uma segunda feira. 
Exemplo de lei de murphy numero 2... se dissermos às pessoas que o nosso filho, por enquanto dorme bem, ele deixa de o fazer na hora. A angústia de separação está em altas cá por casa e o Lucas passou de dormir a noite toda (era um fofo) a acordar várias vezes. Lei de murphy numero 3... se o nosso filho tem a barriga presa e não faz coco, desejamos que faça e puff... cagadas a toda a hora. Arrre... eu bem que desejo o euro milhões, mas ele não quer nada comigo.
Já dei uma vista de olhos por este Amãezónia e parece-me ser super divertido. Porque afinal de contas é nas "desgraças" dos outros que vemos a nossa realidade e percebemos, que nisto da maternidade, nunca estamos sozinhas. Portanto vou adiantar-me e recomendar de ante-mão este livro, não só para quem já é mãe, como para quem ainda vai ser, como para os queridos pais...que continuam a passar por entre os pingos da chuva em demasiada
s coisas.