sábado, 28 de maio de 2016

A Livraria dos Finais Felizes - Opinião

Opinião: Provavelmente um dos livros mais desafiantes que li este ano. Não que tenha lido muitos, mas se tivermos em conta que li um calhamaço de mil e tal páginas, dizer que este menino de 500 foi exigente, é dizer muito. Mas a verdade é mesmo esta. A Livraria dos finais felizes, foi um dos livros mais bonitos que já li mas também um dos mais puxadotes. Houve vários momentos em que senti que estava a ler dois livros diferentes, mas já lá vamos.
Este livro conta-nos a história de Sara, uma jovem sueca que dá início a uma troca de correspondência com uma velhota americana. As duas partilham o amor pelos livros e, para além de trocarem cartas onde se dão a conhecer, passam também a trocar os ditos. A Sara envia, por exemplo policiais nórdicos, e a Amy, alguns clássicos americanos. A amizade entre as duas evolui de tal forma que Sara se vê a ser convidada para ir passar férias à pequena localidade de Broken Wheel. Como a própria sinopse indica, quando ela lá chega, depara-se com uma situação totalmente inesperada e que vai dar inicio a todo um novo rumo na história. 

Dizer que este livro é perfeito para todas aquelas pessoas que gostam de ler, é dizer pouco. É-o de facto, mas também é muito mais. Uma verdadeira lição sobre como objectos tão simples como livros, podem de facto ajudar as pessoas em momentos de grande aflição. Gostei muito desta história mas poderia dizer que se encontra claramente dividida em duas partes. Numa primeira fase de leitura, acompanhamos a Sara os seus devaneios, os dilemas morais com que se depara e todas as suas dúvidas. Tornou-se por vezes massudo, pelo menos para mim. No entanto, do nada, o livro assume um tom mais leve e romântico, o que acabou por o salvar. Há quem tenha preferido o contrário, portanto este livro dá para os dois lados. A escrita é linda e com algum nível de profundidade que me espantou. Não esperava. Especialmente porque tinha este livro em wish (mas em inglês) há algum tempo e pela capa americana, sempre julguei que se tratasse de um livro super divertido. Tem os seus momentos, mas é muito mais do que isso.   
É um livro que fala sobre livros. Que nos dá a conhecer novos autores e que nos desperta a curiosidade face a várias obras. Dá realmente vontade de pegar em N histórias depois de ler este e, acabamos a dar por nós a pensar na frase que figura na capa do mesmo. Há sempre um livro para cada pessoa e uma pessoa para cada livro, algo assim. E é isto que a nossa personagem faz. Abre uma livraria e acaba por ir conhecendo as pessoas através dos livros que lhes dá e vice versa. Só houve uma coisinha que não apreciei tanto. Pelo facto de ser um livro que fala de outros livros, nomeadamente alguns clássicos, houve uma situação em que fui completamente spoilada sobre uma história, que por acaso figura na minha estante como um dos livros que mais quero ler. Fiquei não só a saber o cerne do enredo como o final em si. Passei-me claro. Mas depois também é aquela cena... são clássicos caramba... lê mas é e cala-te. Resumindo e baralhando, recomendo obviamente a todos os livrólicos que por aí andam, mas vão preparados, que a leitura não é assim tão fácil quanto isso. Mas o final compensa, ahh se compensa.

Sinopse: Se a vida fosse um romance, o da Sara certamente não seria um livro de aventuras. Em vinte e oito anos nunca saiu da Suécia e nenhum encontro do destino desarrumou a sua existência. Tímida e insegura, só se sente à vontade na companhia de um bom livro e os seus melhores 

amigos são as personagens criadas pela imaginação dos escritores, que a fazem viver sonhos, viagens e paixões. Mas tudo muda no dia em que recebe uma carta de uma pequena cidade perdida no meio do Iowa e com um nome estranho: Broken Wheel. A remetente é uma tal Amy, uma americana de 65 anos que lhe envia um livro. E assim começa entre as duas uma correspondência afetuosa e sincera. Depois de uma intensa troca de cartas e livros, Sara consegue juntar o dinheiro para atravessar o oceano e encontrar a sua querida amiga. No entanto, Amy não está à sua espera, o seu final, infelizmente, veio mais cedo do que o esperado. E enquanto os excêntricos habitantes, de quem Amy tanto lhe tinha falado, tomam conta da assustada turista (a primeira na história de Broken Wheel), Sara decide retribuir a bondade iniciando-os no prazer da leitura. Porque rapidamente percebe que Broken Wheel precisa de um pouco de aventura, uma dose de auto-ajuda e, talvez, um pouco de romance. Em suma, esta é uma cidade que precisa de uma livraria. E Sara, que sempre preferiu os livros às pessoas, naquela aldeia de poucas gente, mas de grande coração, encontrará amizade, amor e emoções para viver. E finalmente será a verdadeira protagonista da sua vida.

4 comentários:

  1. Parece ser um mix de assuntos bastante interessante. Já está na minha lista!

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  2. Olá Neuza,
    Este foi daqueles livros que me chamou a atenção assim que saiu, e agora com a tua opinião, ainda mais convencida fiquei!
    Beijinhos

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