quinta-feira, 26 de junho de 2014

Marina - Opinião

Opinião: Vou começar esta opinião de forma diferente. Vou fazer-vos um relato, de como este livro me veio parar às mãos. Fiquem por aí que garanto que vão gostar.
Foi neste Domingo que passou. Este Domingo foi o culminar de duas semanas extremamente caóticas no trabalho. Ensaios com as crianças, marchas, arcos, decorações, portefólios e avaliações. Tarefas e tarefas que nunca mais tinham fim, e um stress acumulado, como já não sentia à muito tempo.
No dia da festa, infelizmente as coisas não correram como planeado, e curiosamente não foi por falha dos pequenos, que estiveram à altura da tarefa, mas por culpa dos adultos. Para resumir isto, fiquei tão mas tão chateada com o resultado da coisa, que quando sai do infantário ia possuída.
Pior fiquei, quando verifiquei que o átrio do metro estava fechado. Decidi andar a pé a Almirante Reis, a um Domingo, apenas para descobrir que a estação seguinte, também tinha o átrio fechado. Chamem-me o que quiserem, mas aqui a parva, não se lembrou de verificar outras entradas. Chegada a Alameda e depois de 4 pervertidos e um acidente de automóvel terem acontecido, sou informada de que o meu marido teve um furo no pneu e que por isso ainda iria demorar. Teria que esperar algum tempo por ele.
Lá rumei eu ao Vasco da Gama, disposta a passear apenas. Chegando lá, heis que me dá uma vontade incontrolável de fazer xixi. Não me gozem sim. Porque  foi daquelas coisas que se eu contivesse mais um minuto que fosse, tinha ficado num estado de imundice tal que nem sei! Ora e lá vou eu. Estou eu sentadinha no meu cubículo a pensar na vida e em como é bom fazer xixi, quando entra uma baratona pelo cubículo a dentro.
"Neuza, respiraaaa, muita calma, não gritessss". Permaneço uma estátua viva, e a barata imita-me. Completamente imóveis fitamo-nos sem que sequer uma pinguinha de xixi caíse. Finalmente decidi pelo mais óbvio. "Vou mandar-te para o cubículo do lado". E assim fiz. Ao mais ligeiro movimento a bixinha fugiu para onde eu queria e eu aguardei, expectante, os gritos que certamente viriam do lado. Nada aconteceu. A senhora não viu a barata, e o pânico não foi lançado no Vasco da Gama.
Saí da casa de banho e fui a correr refugiar-me na Bertrand. Namorei livros e fiquei instantaneamente calma. E foi aqui que Marina me veio parar às mãos. Comprei a edição especial de aniversário, e todos os problemas pareceram ir embora. Quando saí da livraria fui informada, de que o pneu suplente também tinha furo -_- respondi: "na boa eu espero", e assim, esperei.

Marina era o único livro de Záfon que me faltava ler. O único que, curiosamente, nunca me despertou muita curiosidade. Quando terminei de escrever a opinião do livro As luzes de Setembro, uma menina disse que Marina era um livro que também pregava uns bons sustos. E depois de um encontro imediato com a rainha das baratas, achei que calhava mesmo bem ler finalmente Marina.
Adorei! Para mim não há escritor que iguale Záfon. Este livro tem tudo. Terror, suspense, romance. A dose certa de cada coisa, o suficiente para nos agarrar completamente às suas páginas. Com um ritmo alucinante, Marina leva-nos pelas ruas de Barcelona, ao encontro de uma das histórias mais "assustadoras" que já li!
Acho que com este livro passei por todos os estados de emoção. Senti, ternura, alegria, medo, muiiito medo, e muita muita emoção, especialmente com o final, que se revela, diferente do habitual.
Este livro é sem dúvida um bom prenuncio da Sombra do Vento. A mestria de Záfon, é já notória neste livro. E na Sombra do Vento, enfim, tudo se compõe.
Agora sinto aquele vazio confortável mas triste. Não tenho mais nada de Záfon para ler =( Eu, tal como os restantes fãs, teremos de esperar, sabe Záfon quanto tempo, por mais um livro fantástico! Apressa-te homem!!!! 

Sinopse: Marina, tal como a obra que consagrou Zafón, é um romance mágico de memórias, escrito numa prosa ora poética ora irónica, assente numa mistura de géneros literários (entre o romance de aventuras e os contos góticos) e onde o passado e o presente se fundem de forma inigualável. Classificado pela crítica como «macabro e fantástico e simultaneamente arrebatador», Marina propõe ao leitor uma reflexão continuada sobre os mistérios da condição humana através do relato alternado de três histórias de amor e morte. Ambientada na cidade de Barcelona, a história decorre entre Setembro de 1979 e Maio de 1980 e depois em 1995 quando Óscar, o protagonista, recorda a força arrebatadora do primeiro amor e as aventuras com Marina, recupera as anotações do seu diário pessoal e revisita os locais da sua juventude.

«Marina disse-me uma vez que apenas recordamos o que nunca aconteceu. Passaria uma eternidade antes que compreendesse aquelas palavras. Mas mais vale começar pelo princípio, que neste caso é o fim.»

3 comentários:

  1. Vês porque é que eu ando a guardar a Marina? É para evitar esse vazio...

    Pronto, agora já sei que o livro é mesmo de arrepiar. Uma amiga disse-me que o achou bem mais assustador que O Principe da Neblina (concordas?)

    Eu pensava que este livro era o primeiro de mais uma trilogia, mas o Goodreads diz que não. É pena...

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    1. Yup a tua amiga tem toda a razão. Marina é muito superior à trilogia da Neblina em tudo! Quer nas personagens, quer no terror! Eu adorei a trilogia, mas para mim Marina é muito superior! =) lê lê lê lê hehehehe

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  2. Eu adorei o Marina!

    Deixei um miminho para ti no meu blog.
    Bjs

    http://lerviverler.blogspot.pt/2014/06/vida-noutro-blog-114.html

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