Opinião: Não sei exactamente por onde começar esta opinião; talvez comece por dizer que esperava um bocadinho mais do livro. O trabalho de marketing em torno do mesmo, a divulgação e, o facto de saber que foi um livro mega disputado levaram a que as minha expectativas fossem elevadas. Ainda que não tenham sido completamente defraudadas, não era isto que esperava. Começo já por dizer o típico, gostei, mas.
Thrillers psicológicos são o tipo de livros que mais gosto de ler. Adoro a forma como, regra geral, nos prendem, nos manipulam as ideias e no final nos surpreendem. Têm por norma a capacidade de nos fazer soltar exclamações ao longo da leitura e de nos arrancarem o tapete debaixo dos pés várias vezes. Em A Rapariga de Antes, isto aconteceu, mas apenas 1 vez, o que para mim diz muito sobre o livro.
Escrito a duas vozes, acompanhamos o percurso de Emma, a rapariga de antes, ao mesmo tempo que vivemos o presente de Jane, que vai tentando descobrir o que aconteceu com a anterior inquilina do nº 1 de Folgate Street. Geralmente gosto bastante de livros que mostram duas perspectivas diferentes da mesma história. Aqui, no entanto, as histórias das personagens fundem-se, e são de tal forma semelhantes, que acabei por me sentir algumas vezes confusa sobre quem estava a ler. Não gostei da Emma nem um bocadinho e fiquei feliz por no decurso da história, se ir verificando que a Jane era diferente. Mais forte, mais autónoma, o que contribuiu para o final que teve. E que final. Até à ultima página pensei que ela fosse tomar decisões erradas, mas surpreendeu-me. Fiquei fã dela e dos tomates que mostrou ter ao fazer frente a um tirano. Também achei inteligente a forma como a autora faz referência à rapariga de antes, bem no final, quando se refere à Isabel. Para um recém mamã como eu, foi enternecedor.
Edward, outra personagem principal é absolutamente odioso e na minha opinião, nada cativante. Acho que talvez um dos aspectos que me fez não adorar este livro, tenha sido a personagem dele. Detesto personagens do estilo macho alfa, que acham que podem e mandam sempre que lhes apetece. Isto, aliado ao facto de o livro ter uma forte componente sexual, deixou-me meio mhe. Não me interpretem mal. É porreiro ler uma boa cena de sexo. Mas quando o protagonista é um homem obsessivo a roçar o doente mental, detesto.
Acho que o que eu quero mesmo ler, é um thriller em que a vitima seja um homem! Cansada de clichés a rodear as mulheres. Não somos todas vitimas, não somos todas fracas e nem todas ficam com as pernocas a tremer perante um homem giro. Ainda assim, acho que aquilo que mais gostei foi do ambiente em torno da casa, que acaba por ser em si só, como que uma personagem individual. Teria sido interessante se no final o verdadeiro culpado de tudo e tal, fosse a casa. A tecnologia a virar-se contra nós seria muito mais credível e interessante de se ler, do que o típico homem controlador. Merecia mais acção, mais violência e sem dúvida, melhores diálogos.
Sinopse: «Por favor, faça uma lista de todos os bens que considera essenciais na sua vida.»
O pedido parece estranho, até intrusivo. É a primeira pergunta de um questionário de candidatura a uma casa perfeita, a casa dos sonhos de qualquer um, acessível a muito poucos. Para as duas mulheres que respondem ao questionário, as consequências são devastadoras.
EMMA: A tentar recuperar do final traumático de um relacionamento, Emma procura um novo lugar para viver. Mas nenhum dos apartamentos que vê é acessível ou suficientemente seguro. Até que conhece a casa que fica no n.º 1 de Folgate Street. É uma obra-prima da arquitectura: desenho minimalista, pedra clara, muita luz e tectos altos. Mas existem regras. O arquitecto que projectou a casa mantém o controlo total sobre os inquilinos: não são permitidos livros, almofadas, fotografias ou objectos pessoais de qualquer tipo. O espaço está destinado a transformar o seu ocupante, e é precisamente o que faz…
JANE:Depois de uma tragédia pessoal, Jane precisa de um novo começo. Quando encontra o n.º 1 de Folgate Street, é instantaneamente atraída para o espaço —e para o seu sedutor, mas distante e enigmático, criador. É uma casa espectacular. Elegante, minimalista. Tudo nela é bom gosto e serenidade. Exactamente o lugar que Jane procurava para começar do zero e ser feliz.
Depois de se mudar, Jane sabe da morte inesperada do inquilino anterior, uma mulher semelhante a Jane em idade e aparência. Enquanto tenta descobrir o que realmente aconteceu, Jane repete involuntariamente os mesmos padrões, faz as mesmas escolhas e experimenta o mesmo terror que A Rapariga de Antes.